A Revolução Digital e os Impactos na Leitura e no Cérebro Humano
- Sérgio Merli
- 19 de mar.
- 2 min de leitura
Como a internet está moldando nossas mentes e o papel da neuroeducação na leitura

A internet trouxe uma revolução cultural, mudando não apenas a forma como nos comunicamos, mas também como lemos e aprendemos. Essa transição para a "era digital" tem seus benefícios, mas também carrega desafios significativos, especialmente para os cérebros em desenvolvimento.
Leitura: Um Processo Artificial e Cultural
A leitura, como explica o neurocientista Francisco Mora, é uma habilidade relativamente recente na história humana. Surgida há cerca de 6 mil anos, ela não está geneticamente programada, mas é aprendida arduamente por meio de esforço e memória. Isso a torna um marco cultural, transmitido de geração em geração.
Diferentemente da linguagem falada, que tem uma base biológica, a leitura é uma conquista que precisa ser ensinada e praticada, exigindo concentração e tempo. No entanto, a pressão para aprender a ler precocemente pode ser contraproducente. Mora defende que o ensino formal da leitura comece por volta dos 7 anos, quando o cérebro está suficientemente maduro, como ocorre em países como a Finlândia.
A Internet e a Crise da Atenção
Enquanto a leitura tradicional exige foco e inibição de distrações, a navegação na internet promove um consumo de informações rápido e fragmentado. Estudos mostram que essa prática pode prejudicar a atenção executiva, a empatia e a capacidade de tomar decisões, habilidades essenciais para o aprendizado e a vida.
Segundo Mora, a leitura digital exige um tipo de atenção que não desenvolve o mesmo nível de profundidade cognitiva que a leitura em papel proporciona. Isso compromete não apenas a capacidade de compreender textos mais complexos, mas também o prazer de aprender algo novo e significativo.
A Importância da Emoção na Leitura
De acordo com Mora, “você só pode aprender o que ama”. A leitura que desperta curiosidade e emoções é a que realmente transforma e enriquece a mente. Por isso, criar um ambiente familiar que valorize livros e histórias pode ajudar as crianças a desenvolver uma relação saudável com a leitura, compensando os efeitos da era digital.
Um Chamado à Ação
A revolução digital está redefinindo o aprendizado, mas também nos alerta sobre a necessidade de equilibrar tecnologia e leitura tradicional. Envolver as crianças em histórias que as emocionem, incentivar a leitura no papel e limitar o uso da internet podem ser passos importantes para formar leitores críticos e cidadãos conscientes.
Quer saber mais sobre como proteger o aprendizado das crianças na era digital? Explore obras como Neuroeducação e Neuroeducação e Leitura de Francisco Mora e inspire-se a construir um futuro mais equilibrado e voltado para o conhecimento profundo.

Sérgio Merli é escritor, ilustrador, designer gráfico e palestrante. O autor deste artigo escreveu e ilustrou vários livros publicados pelas editoras Melhoramentos, Suinara e Paulus. Sergio Merli realiza palestras em escolas e eventos culturais falando sobre literatura, arte e meio ambiente, sempre com desenhos ao vivo. Ele também ilustra obras para outros autores. Clique aqui e saiba mais.
Comments